1. CONCEITOS
1.1 Régua
Régua: s.f. Instrumento de madeira, marfim, celulóide, metal etc., de superfície plana e arestas retilíneas, próprio para traçar linhas retas. (DICIONÁRIO AURÉLIO, 2010)
Possui 5 letras, sendo 3 vogais e 2 consoantes.
Vogal: s.f. Som da fala emitido quando se deixa passar livremente o ar pela cavidade bucal, com vibração das cordas vocais. (DICIONÁRIO AURÉLIO, 2010)
Consoante: s.f. Som da fala produzido pela passagem do ar na cavidade bucal, onde encontra obstáculos a transpor. O ar não escapa livremente pela boca, encontrando obstáculos maiores ou menores, oferecidos pelos órgãos fonadores. (DICIONÁRIO AURÉLIO, 2010)
A régua em sua própria composição fonética já nos ensina que para se atingir a perfeição, ou seja, o ar sair sem obstrução, se faz necessário transpor obstáculos maiores ou menores. Traçando um paralelo podemos dizer que para viver à virtude devemos transpor nossos vícios, os verdadeiros obstáculos à perfeição.
A origem da palavra régua é francesa (règle) e significa “lei ou regra”. Novamente remetendo-nos a ideia do traçado reto e da medida (REIS, 2008). O caminho correto a seguir.

1.2 Polegada
Polegada: s.f. Menor unidade de distância no sistema de medidas dos países anglo-saxônicos. Um pé contém 12 polegadas, e uma jarda equivale a 36 polegadas. Qualquer distância menor que uma polegada é medida em frações de polegada. Já o sistema métrico mede pequenas distâncias em centímetros e milímetros. Uma polegada equivale a 2,54 cm. O símbolo da polegada é:”. (DICIONÁRIO AURÉLIO, 2010)
A polegada tem sua origem na medida realizada com o próprio polegar humano. É a largura de um polegar humano regular, medido na base da unha, num ser humano adulto.
É uma unidade de comprimento usada no sistema imperial de medidas britânico.
Temos que 1 polegada = 2,54 cm (esse decimal se compõe do número 2, do número 4 – 24, e do número 5 – número de letras da palavra régua).

1.3 Número 24
O Número 24 no mundo científico:
a) Na Astrologia
Duração de um dia.
O movimento da Terra em torno de si mesma é chamado de rotação, este período de rotação é de um dia, isto é, 24 horas. Isso quer dizer que a Terra demora 1 dia para completar uma volta em torno de si mesma.
b) Na Física
A Massa da Terra é de 5970000000000000000000000 kg, que em formatação científica fica = 5,97 x 1024kg (5,97 vezes 10 elevado a 24).
O Tempo de Vida de um quark (a menor partícula de um átomo) é cerca de 0,000000000000000000000001s ou 10-24s (10 elevado a menos 24).
Um yottabyte é uma unidade de medida da área da informática. Ele equivale a 1000000000000000000000000 bytes ou 1024 byte.
c) Na Biologia
O número de costelas no ser humano é de 12 em cada lado, que somados dão o total de 24 costelas.

2. SIMBOLISMO
2.1 Régua
A régua é o símbolo das medidas e precisões indispensáveis a toda forma de construção. Sem régua nenhuma ordem e nenhuma estrutura são possíveis. (MARTÍ, 2008).
2.2 Polegada
– Um pé = 12 polegadas (metade de 24)
– Uma jarda = 36 polegadas (24 + 12)
– Uma régua de 24PP tem por medidas: 2 pés = 24 polegadas (simbolicamente 2 pés é o que precisamos para andar firmes e retos. O homem primitivo = homo erectus foi quem deu origem a todas outras subespécies inclusive o homo sapiens). Ou:
2/3 jarda = 24 polegadas (2 é o número de consoantes e 3 é o número de vogais da palavra régua).

2.3 Número 24
24 é o número de anciãos que adoram a Deus junto ao Trono. O número 24, pode-se dizer que é um número que mostra a adoração perfeita no céu pelos vinte e quatro anciãos (Ap 4: 10).
10Os vinte e quatro anciãos prostravam-se diante do que estava assentado sobre o trono, e adoravam o que vive para todo o sempre; e lançavam as suas coroas diante do trono, dizendo:
11Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas.
Existem vários números e combinações numéricas que poderiam estar presentes neste trabalho, ligados direta ou indiretamente ao número 24 e sua formação como as operações matemáticas 2×12, 3×8, 12+12, etc.
Motivo pelo qual, foram escolhidos os algarismos que aparecem com maior frequência. São eles: o número 2, o número 3, o número 4 e o número 5.
Inúmeros aspectos podem ser abordados na simbologia numérica, contudo, foram selecionados poucos elementos de cada representante, porém não menos importantes.
– número 2: a dualidade de todas as coisas. A mais comum talvez seja aquela que representa os opostos: o bem e o mal. É a linha que une dois pontos, e sendo esta linha uma reta, representa o caminho mais curto.
– número 3: tem uma grande importância simbólica de união e equilíbrio, aparecendo na Santíssima Trindade, nos três poderes. O três também é usado como pedido de socorro. Para pedir socorro no deserto ou em alguma outra região, basta fazer três fogueiras, porque três é um código mundial. É o triângulo.
– número 4: vai nos remeter sempre ao Construtor, que sente prazer em dar forma, em modelar, em materializar os seus projetos – de todo o Panteão de Números, ele é aquele que tem a função de criar e manter o mundo concreto – aquele que sustenta o que chamamos de Realidade. Símbolo também da persistência, dos esforços contínuos, do método, da praticidade, do trabalho e da virtude.
O número 4 é o número de letras do nome de “Deus”. É o Espírito entrando na matéria, simbolizando o trabalho, o sacrifício (3×4=12). São as 4 estações, as 4 fases da lua, os 4 elementos, os 4 pontos cardeais, os 4 símbolos da matemática. É o quadrado.
– número 5: Na alquimia o número cinco ocupa uma posição de destaque. Vem dela o nome quintessência; símbolo, de concepção alquímica segundo a qual os quatro elementos da antiguidade (água, fogo, terra e ar) devem ser complementados por uma quinta essência originária do elemento dominante imaterial do espírito do mundo. Sua participação na totalidade do Universo deveria ser acrescida mediante a atividade espiritual. É o pentagrama.

3. A RÉGUA DE 24PP PARA A MAÇONARIA
O Venerável Mestre foi quem me apresentou a Régua de 24 PP∴, o Ir∴ 1º Vigilante apresentou-me o Maço e o Ir∴ 2º Vigilante, apresentou-me o Cinzel. São esses Maçons as três principais Luzes da Loja.
O Venerável Mestre cuida do planejamento e direção dos trabalhos que deverão ajustar-se à perfeição e à beleza da obra de arquitetura que se realiza em cada uma de nossas reuniões.
O Ir∴ 1º Vigilante usa o Maço em sua missão, nos dando sua força, energia, equilíbrio e discernimento usados no momento apropriado; e o Ir∴ 2º Vigilante, que representa o Cinzel formador da beleza moral e da forma necessária.
Conforme ensinado em minha primeira aula de Aprendiz Maçom, a Régua, o Maço e o Cinzel, são essenciais para se conseguir desbastar a pedra bruta. Com esses instrumentos deverei efetuar a auto-lapidação, auto-escultura e o auto-desenvolvimento na metamorfose para a pedra polida. Os três instrumentos são representantes dos conceitos fundamentais sobre a vida e o trabalho do homem, a sua natureza tríplice – corpo, mente e espírito.
Simbolicamente, a Régua de 24 PP∴ é a Consciência, o Maço a Força de Vontade e a Energia, e o Cinzel a Beleza moral, a Razão (PEREIRA, 2012).
Significa que o Aprendiz deve dominar as paixões, as emoções negativas, as vaidades, e aperfeiçoar-se quanto ao espírito, deve ainda, desbastar as arestas que causam as preocupações e eliminar os vícios profanos (PEREIRA, 2012).
A Régua de 24 PP∴ é fundamental ao trabalho do Aprendiz, já que sem a mesma não é possível o emprego de nenhum outro instrumento. Ela é o instrumento da retidão e perfeição milimétrica.
A aplicação prática da Régua de 24 PP∴ significa preparar com precisão, planejar de forma clara e definida todo trabalho a ser executado pelo Maçom (PEREIRA, 2012).
A régua, servindo de guia do Aprendiz na realização de seu trabalho, permite-lhe planejar suas ações e criar regras, leis e padrões de conduta norteadores de seus objetivos (PEREIRA, 2012).
O Aprendiz deve viver o dia com critério e planejamento (régua) sabendo também dividir seu tempo entre o trabalho, o lazer, a espiritualidade e o descanso físico e mental (REIS 2008). Muito importante é administrar o tempo, afinal temos diversas tarefas em nosso dia a dia.
Certamente, o Aprendiz deve aprender a planejar suas atividades, estabelecer metas e realizá-las em ordem de prioridade.

4. CONCLUSÃO
A Régua de 24 PP∴ apesar de ser um instrumento estático, rígido, inflexível e fixo; serve para medir e planejar com sabedoria a obra a ser realizada. O que evidencia a medida exata da exigência em seguirmos com retidão nossos afazeres.
Ensina-nos que haverá sempre a presença da dualidade (duas consoantes e o número 2 – do numeral 24) o Bem e o Mal, cabendo ao Aprendiz em sua retidão de conduta, escolher o caminho do Bem, sem hesitação. Em assim fazendo lhe surgirá o número 4 (do numeral 24), na forma de amparo e proteção do Construtor, Realizador, O Grande Arquiteto do Universo. Feita a escolha do Bem e sob a proteção do Construtor, o homem Aprendiz – Maçon poderá expressar sua quintessência divina em suas obras, sendo um servidor.
O numeral 24 nos faz lembrar que essa atitude – servidor do Bem deve se fazer constante, 24h por dia. Essa norma é inflexível e rígida, assim como sua representante: a régua.
A régua é um dos 3 instrumentos utilizados para a transformação da pedra bruta em pedra polida, apresentados pelas 3 luzes da Loja (V∴M∴, Ir∴ 1º Vig e Ir∴ 2º Vig). Surge aqui o número 3.
A prática diária da conduta correta no Bem promove o equilíbrio determinado pelo número 3 (3 vogais), que sob o olhar atento das 3 luzes da Loja e da Santíssima Trindade conduzirão o Aprendiz a evolução que tanto busca.
Nos dias de hoje, a preocupação com a administração do tempo e a falta do mesmo para se dedicar ao auto-aprimoramento, bem como a reflexão sobre as atitudes e escolhas feitas nas 24 horas do dia, representantes da lição ministrada pela Régua de 24PP∴, é fundamental, dada a dinâmica corrida da vida cotidiana atual, na qual é preciso reconhecer e aceitar nossos limites, é necessário aprender a priorizar e a eliminar atividades que desperdicem um dos recursos mais valiosos que o ser humano possui e que não pode ser recuperado, o tempo.
“O bom maçom, não pode, perante seu irmão, ser amigo pela metade, assim como a Pedra Bruta, nunca será perfeita pela metade.” (Ir∴ Aristóteles de Lacerda Júnior)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

– FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. 
Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 
5ª ed. Curitiba: Ed. Positivo, 2010.
– MARTÍ, M∴ M∴ José. Uma Síntese da Simbologia Maçonica. 2008. 21p. Dissertação – Resp∴ L∴ OCIDENTE – Nº 496 a Oriente de Lisboa – Grande Oriente Lusitano, Lisboa.
– ANGOTTI, José André; PERNAMBUCO, Marta Maria; DELIZOICOV, Demétrio. Ensino de Ciências – Fundamentos e Métodos. 3ª ed. São Paulo: Ed. Cortez, 2008.
– MILLMAN, Dan. Um Novo Sistema de Numerologia. 3ª ed. São Paulo: Ed. Pensamento, 2000.
– LACERDA JUNIOR, Ir∴ Aristóteles. Pensamentos de Uma Pedra Bruta. 1ª ed. São Paulo: Ed. Ottoni, 2005.
– PEREIRA, M∴ M∴ Frederico Cesar Mafra. Os Instrumentos de Trabalho do Primeiro Grau de AP∴ M∴. Disponível em: . Acesso em: 11 de set. de 2012.
– REIS, C∴ M∴ Álvaro Botelho. A Régua de 24 PP. Disponível em: . Acesso em: 11 de set. de 2012.

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